sábado, 3 de abril de 2010

Duplamente Lamentável

Está tendo grande repercussão neste feriado a gafe que alguns jogadores do Santos cometeram ao irem a uma instituição que ajuda crianças com paralisia cerebral e no entanto não desceram do ônibus do time para fazer a tal doação prometida por representantes do Santos. Tão lamentável quanto o ato dos santistas são textos de pessoas influentes como o senhor Cosme Rímolli, que já cobriu copas, trabalhou no jornal da tarde , ganhou prêmio na área e etc, e escreveu isto:

http://esportes.r7.com/blogs/cosme-rimoli/2010/04/02/jogadores-do-santos-mostraram-personalidade-e-nao-quiseram-posar-para-fotos-com-doentes/#comments

Antes de publicar minha resposta (que precisa ainda ser aceita) só queria acrescentar que ninguém se incomodaria caso os jogadores não pudessem ir a instituição,mas, ir até lá e se recusar a descer do ônibus atesta prepotência e falta de compromisso.

Segue resposta:

Muitos dos jogadores não desceram por motivos religiosos afinal a instituição em questão como foi dito na coluna é um lar espírita, seria portanto aceitável que alguns jogadores não fossem ao lugar. Seria aceitável sim,mas, caso eles tivessem ficado em suas casas ou no ct do Santos, enfim, será mesmo que eles não sabiam aonde e porque estavam indo naquela instituição? O que causou mais indignação por parte de todos é o fato de os jogadores terem ido ao local e no entanto se recusado a descer do ônibus, se acham que é um ato de hipocrisia, demagogia, se não concordam com a ideologia da instituição que digam isso aos diretores do Santos e nem entrem no ônibus e/ou digam aos repórteres quando esses lhes fazem perguntam sobre o assunto.

A maioria dos jogadores que não desceram do ônibus são cria do Santos(assim como o time em geral), pois depois desse lamentável incidente o time da baixada deveria pensar em não só formar grandes jogadores mas grandes pessoas também e lhes propiciar um estudo melhor para que possam pensar somente com suas próprias cabeças já que visivelmente são pessimamente orientados e não conseguem se expressar deixando dúvidas sobre seus atos.

Texto pessimamente escrito, sem embasamento na defesa de seu ponto de visto, isto é claro no exemplo muito mal feito sobre o Marcos que sim, pode ter ficado mais triste com a morte do garoto mas propiciou talvez os momentos mais alegres da vida do mesmo, o que já basta para a visita do goleiro ter valido a pena.
Lamentável a atitude dos meninos da vila assim como este artigo,
sem mais,
Vladimir Galli

quarta-feira, 31 de março de 2010

O poeta e o Palmeiras

O Poeta e o Palmeiras

“Nome, Sobrenome e Futebol de Craque”, “Ele tinha um ar, assim, de primeiro violino”; Assim Armando Nogueira se referia á Ademir da Guia, maior ídolo da rica história do Palmeiras. Admirador não do futebol arte que é de difícil definição, mas sim do futebol bem jogado.
Armando Nogueira era botafoguense, nunca escondeu isso, pelo contrário era um dos torcedores ilustres do time da estrela solitária mas a paixão não impedia de maneira alguma Armando de reconhecer o talento em jogadores de outro time e foi assim que em 2008 mandou um recado ao Mago Valdívia que vinha então sendo perseguido por brucutus e pernas de pau:

“"Valdivia meu caro. Não preciso conhecer-te pessoalmente para tomar a liberdade de escrever-te este bilhete. Fiquei sabendo que o pau anda cantando nas tuas canelas e que tu estarias tomando essas agressões como coisa pessoal. Talvez alguns jogadores que não vão com a tua cara. Pode até ser, mas não esquenta. Posso te garantir que a bronca é antiga. Mas, sou capaz de jurar que a birra é contra o drible. Os medíocres detestam o drible.

Quando o futebol apareceu no mundo se chamava “jogo do drible”. Por ai já se vê que a intenção dos inventores era fazer desse esporte um passatempo cheio de graça.

Acontece que o drible não é como o sol que nasceu para todos. O drible acabaria se tornando um privilégio. Só os eleitos merecem o dom que, por sinal, os deuses te concederam. O drible é uma invenção que nasce do coração.

O driblador é um poeta.

Quando um brucutu te dá um pontapé, ele não está agredindo apenas e tão somente o cidadão Valdivia; ele está afrontando toda uma dinastia que foi canonizada pelas canelas de Stanley Mattews, de Garrincha, de Zico, de Júlio Botelho, de Maradona e de tantos outros apóstolos do evangelho do drible."


Mesmo doente Armando Nogueira se sentiu no dever de defender o futebol e um dos seus artistas modernos, um dos ídolos recentes da Academia, um dos raros desta década que esta acabando.
Mais que botafoguense um admirador do futebol, mais que um escritor, um poeta, com o perdão do clichê,

Ao mestre com carinho,

by - Vlado Galli